Ingrid Domingues-McConville, advogada

Em agosto de 2022, o Ministério das Relaçóes Exteriores do Brasil publicou o documento “Comunidade Brasileira no Exterior”.*

Baseado em dados estatísticos oficiais de 2021 e rico em quadros e tabelas informativas, este estudo buscou quantificar a imigração brasileira por continente e região.

Embora incompleto, pois evidentemente não inclui a imigração ilegal, é assombroso saber que, sozinhos, os Estados Unidos têm 43% do total de imigrantes brazucas pelo mundo. 

Pois é, parece que o American Way of Life continua colorindo os sonhos de nossos conterrâneos. Mas será que é tão simples e rápido tirar um visto americano? 

Sem spolier, vou deixar pra Ingrid, nossa colunista-advogada expert em imigração, te explicar como funciona o processo. 

Partindo em 3, 2, 1…

Para viajar aos Estados Unidos, todo cidadão brasileiro precisa de um visto de entrada. Parece óbvio, mas não é.

Em junho de 2019, como parte de sua política de incremento ao turismo, o governo brasileiro isentou de visto de entrada cidadãos dos Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália, desde que por um período de até 90 dias.

Porém, não tendo sido uma política discutida entre os governos, mas uma decisão unilateral do Brasil, aqueles países não adotaram o princípio internacional da reciprocidade, também conhecido como ‘troca-troca’, ‘é dando que se recebe’ ou ‘toma lá dá cá’.

Porém, com a entrada do novo governo em janeiro de 2023, as regras mudaram, como afirmou o Ministério das Relações Exteriores: “O Brasil não concede isenção ulitateral de vistos de visita.”


A principal delas, claro, é a liberdade de entrar legalmente nos Estados Unidos, seja para passear, visitar a família, estudar ou tratar de negócios.

Embora pareça, o processo de solicitação de visto não é complexo, apenas burocrático. Podemos resumi-lo nas seguintes etapas:

  1. Preparar a documentação.
  2. Preencher o formulário eletrônico adequado ao tipo de visto solicitado.
  3. Pagar a taxa do visto.
  4. Agendar a entrevista no Consulado dos Estados Unidos. Obrigatória, agende com antecedência, já que a demanda pode ser alta.
  5. Comparecer à entrevista.
  6. Aguardar a análise do visto.

De todas as fases, a mais importante é, sem medo de errar, organizar a documentação, o que parece outra obviedade, mas também não é.

Que atire o primeiro cartucho reciclável quem nunca, na véspera de um compromisso importante, viu que não tinha tinta para imprimir um documento essencial.

Por isso, antes mesmo de pensar em solicitar o visto, foque na documentação, lembrando que ela deverá demonstrar claramente, vou repetir, CLARAMENTE, que você tem vínculos fortes e permanentes com o Brasil. E a razão é simples: imigração ilegal.

Como disse, cada demanda é analisada individualmente e não raro outros documentos são solicitados para apoiá-la.

Veja uma lista com exemplos de comprovantes que pode atestar seus laços afetivos e profissionais com o Brasil:

  1. De emprego: contrato de trabalho, carteira de trabalho ou declaração do empregador demonstrando que o solicitante tem um emprego fixo no Brasil.
  2. De rendimentos: contracheque, declaração de imposto de renda ou extrato bancário, mostrando que o solicitante possui renda suficiente para justificar o seu retorno ao Brasil.
  3. De propriedade: escritura de um imóvel provando que o solicitante possui bens no Brasil.
  4. De vínculos familiares: certidão de casamento, certidão de nascimento dos filhos ou outros documentos que comprovem que o solicitante possui laços familiares fortes e permanentes no Brasil.
  5. De estudos: histórico escolar ou declaração da instituição de ensino, mostrando que o solicitante está estudando no Brasil.
  6. De propriedade empresarial: contrato social, declarações de imposto de renda e comprovantes de pagamento de tributos e despesas da empresa demonstrando que o solicitante tem investimentos no país.

Uma ‘vantagem’ ainda em vigor é que até o final de 2023, o governo dos Estados Unidos autorizou que consulados e embaixadas dispensem, quando necessário, a realização da entrevista presencial para a emissão de certos tipos de vistos. Mas é uma decisão caso a caso. Em regra, a entrevista é obrigatória.


Com meus 28 anos de experiência, afirmo que em qualquer processo de concessão de visto, a documentação correta tem importância singular, pois será através dela que o agente de imigração vai comprovar não somente a veracidade dos documentos que você juntou, mas sobretudo que o seu perfil de imigrante se encaixa no tipo de visto que solicita.

Por isso, ter a orientação e o acompanhamento de um profissional especializado em imigração é sempre um investimento, até mesmo para elaborar uma “simples” carta de recomendação.

Todos sabem. Tornar-se um cidadão americano é o sonho de muitos e muitos brasileiros. Qualidade de vida, chances de emprego, desenvolvimento pessoal e financeiro, segurança, viagens…

Chegar lá é possível, claro, mas não imagine que o caminho será curto, fácil ou simples ou que terá atalhos. Cada fase deve ser cumprida rigorosamente. Como a documentação está no início de qualquer planejamento, ela é a chave tanto para o pedido de visto quanto para a sua concessão.

Todo o processo tem que estar muito bem orquestrado. Passo a passo é que se constrói o caminho para a concretização do seu sonho de conhecer o Tio Sam.

Onde encontrar a nossa Dra.Ingrid:

Ela está sempre disponível esclarecendo dúvidas no seu Instagram.

* Fonte:

Ministério das Relações Exteriors do Brasil

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