Ah! Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil pra mim, pra mim, Brasil!
Brasil pra mim, pra mim, Brasil, Brasil!
Aquarela Brasileira, João Gilberto
A cada evento no Brasil, em qualquer época do ano, nosso coração de imigrante bate mais acelerado. Futebol, Reveillon, Carnaval, Festa de São João, de Parintins, até eleições, tudo é motivo – e desculpa – para festejar.
Mas e os brazucas que moram fora, será que também celebram, que comemoram? Se sim, como o fazem e o que sentem?
A resposta é simples: acontece a mesma coisa, como se ainda vivêssemos no coração da nossa terrinha.
A grande verdade é que nós, brasileiros, somos festeiros, independentemente de onde estejamos vivendo, pode ser no Chile, na Coréia ou no Alaska. É como se, ser brejeiro, fizesse parte do nosso DNA, sabe?
Quando decidi partir para os Estados Unidos e abraçá-lo como meu novo lar, mesmo com muitas saudades, sabia que para avançar e ter mais oportunidades no mercado de trabalho, precisaria me dedicar a aprender o máximo possível sobre a cultura, os costumes, as leis, a língua.
Foi quando me deparei com a expressão “Money Time” que está tão entranhada na cultura americana, quanto o nosso lado acolhedor e festeiro. Mas a sua tradução literal passa uma ideia superficial do que ela realmente significa.
Quando falamos na América que “Tempo é dinheiro”, queremos dizer que o tempo é um recurso tão escasso que deve ser utilizado como se fosse (e é) o nosso bem mais valioso.
Este sentido de urgência, de ter que fazer “now”, nesse momento, sem deixar para depois, está incorporado ao “The American Way of Life”, que é a soma de valores culturais e comportamentais considerados como típicos da sociedade americana, como a liberdade e a responsabilidade individuais, o empreendedorismo, a competitividade, o respeito pela lei e um forte desejo de sucesso e realização pessoal.
Parece que estou falando do paraíso na Terra, né? Mas, evidentemente, os Estados Unidos têm inúmeros problemas.
O que quero dizer, e que não seja interpretado como egoísta ou presunçoso, é que para os americanos a vida passa tão rápido que todos buscam a realização profissional, gerar riqueza e ter independência, pois cada minuto é um minutos a menos, não existe ‘bis’. Tem que ser aproveitado agora.
Então, retomando a nossa pergunta: será que nós, brazucas, sentimos e comemoramos as festas que acontecem tão distantes da gente? Sim, do jeito que dá, do que jeito que podemos, mas aproveitamos, sim.
Mesmo com toda a pressão cotidiana para absorver conhecimento e ter nosso lugarzinho ao sol ou sob a chuva, nós nunca deixamos de festejar como se ainda estivéssemos na nossa rua, com os nossos amigos, abraçando a nossa família.
Afinal, a gente saiu do nosso Brasil, mas ele jamais sairá da gente.
O jornalista e apresentador George Roberts fala um pouco de suas experiências e conquistas em mais de vinte anos na terra do Tio Sam.
Referências
* Entrevista no Podcast Ponte e Vírgula
Onde esbarrar com o nosso apresentador: